O neozelandês Connan Hosford é o tipo de figura estranha que volta e meia surge na música para fazer dela o canal de expressão de suas não menos estranhas (ins)pirações. Filho de um guitarrista, o menino Connan gravou sua primeira canção aos 5 anos de idade, e à partir dos 10 passou a tocar em bandas (de blues). Prodígio? Quase nada!
Seu último grupo chamava-se Connan and The Mockasins. Tire o ‘and’, o ‘the’ e o plural de Mockasins e você chega ao seu projeto solo, Connan Mockasin.
O vídeo acima é da faixa que dá nome ao seu primeiro álbum, Forever dolphin love, lançado em março deste ano via Phantasy Sound. E pelo seu conteúdo dá pra se ter uma ideia do que é a música de Connan Mockasin.
O blues ainda está lá, mas escondido e encoberto por uma enorme carga de loucuras psicodélicas, dissonâncias, sintetizadores, arranjos surreais e uma guitarra constante de timbre descaradamente oitentista.
A voz de Connan é tão incomum quanto suas composições, soando como um misto entre infantil e feminino, delicada e ao mesmo tempo profundamente lisérgica. De uma certa forma, Forever dolphin love me lembra os primeiros trabalhos e recentes experimentações de outro maluco, o norte americano Beck, mas com os pés mais atolados no universo paralelo de Syd Barrett.
Este é sem dúvidas um dos grandes álbuns do ano, e candidato fortíssimo a trilha sonora oficial da freakolândia em 2011. Originalidade é sua palavra-chave.
Altamente recomendado!