Em 2010 os três moleques australianos do Tame Impala causaram um abalo com um disco de estreia irretocável, chamado Innerspeaker. Com ele trouxeram o melhor do rock setentista para o século XXI, numa trip regada a LSD e um alto grau de honestidade.
Passados dois anos, eis que começam a surgir boatos de um novo álbum dos aussies. Os boatos vão crescendo, se tornam fatos, surge um vídeo no YouTube e está pronto o típico cenário atual: uma boa banda se torna a melhor banda de todos os tempos, ou resumindo, hype.
Lonerism, o tal segundo disco do Tame Impala que sai agora em outubro, via Modular, é o mais recente (até semana que vem, claro) alvo desse fenômeno moderno.
“Elephant”, primeiro single de Lonerism
O que se falou nesse disco nas últimas semanas não tá escrito. Ou melhor, tá sim, no twitter, no facebook e demais redes sociais. Criou-se uma expectativa enorme em relação ao que seria Lonerism, e como quase sempre acontece nesses casos, a frustração também foi grande.
Mas o álbum é ruim, você pode (me) perguntar? Não, longe disso. Lonerism é extremamente espacial e psicodélico, talvez ainda mais que seu predecessor, e vem todo tingido pelas mesmas cores que brilhavam nos anos 60 e 70 (até porque foi produzido pelo mesmo Dave Fridman de Innerspeaker – e dos Flaming Lips). Por que tantos não gostaram então?
Talvez porque a voz de Kevin Parker não soe mais tanto como a de John Lennon (risos). Agora falando sério, os ‘problemas’ de Lonerism são dois: obviamente, o hype e a expectativa gerada por ele; depois, as comparações, extremamente injustas.
Innerspeaker foi um momento único, e como tal o Tame Impala não vai repetí-lo. E, pelo que sinto no novo álbum, não é essa a intenção da banda.
De qualquer forma o único de jeito de se tirar qualquer conclusão é ouvindo Lonerism. Por aqui ele foi muito bem aceito, especialmente sua primeira metade.
Pra resumir o que acho do disco, uso a mesma frase que usei no início do texto para falar de Innerspeaker: com ele trouxeram o melhor do rock setentista para o século XXI, numa trip regada a LSD e um alto grau de honestidade.
Recomendo!